Estou lendo um livro sobre a vida de Buda, escrito por Deepak Chopra, e estou gostando muito. Hoje uma parte me chamou particularmente a atenção. Ainda na infância, o príncipe Sidarta tinha sido enclausurado na fortaleza de seu pai, o rei, para que nunca visse nenhum sofrimento e acreditasse que isso não existisse. Para isso, ele expulsou da cidade os velhos, doentes, sofredores, e qualquer pessoa que insinuasse falar ou mostrar algum tipo de sofrimento ao menino podia ser executada a sangue frio. Entretanto, isso não foi suficiente para uma alma daquele tamanho. Os homens cegos, endurecidos, só veem o sofrimento óbvio: os leprosos, os doentes, a morte. Mas quem começa a se abrir para o verdadeiro amor e sentimento pode senti-lo em qualquer lugar, nas coisas mais pequenas e sutis. O verdadeiro sofrimento pelo próximo, seja quem for, é o sinal de que o coração está se abrindo para o crescimento espiritual. Cito a passagem abaixo, é maravilhosa.
"Sozinho, de pé ao lado de seu lago favorito, aquele cercado por juncos altos, Sidarta deixou sua mente vagar por esses pensamentos sombrios. Ele se ajoelhou e enfiou as mãos na água fresca. Ali, o lago era raso, e na sombra dos juncos ele viu algo - a larva de uma libélula se arrastando lentamenteo sobre a lama. Sidarta ficou observando. O monstro em miniatura movia-se implacável, destemido, à procura de uma presa. Um pequeno peixinho prateado surgiu da água e, com um pulo repentino, a larva o agarrou entre suas mandíbulas. O peixinho estremeceu por um instante e logo ficou inerte, os olhos bem abertos e brilhantes enquanto morria. Sidarta estremeceu com ele. Por que sentia a dor de uma criatura tão pequena e insignificante?"
Quem já sentiu isso talvez saiba exatamente o que essa passagem faz pensar.
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