Hoje assisti uma palestra com a Consulesa da França, uma mulher com uma história de vida incrível, inspiradora. Em um certo momento ela estava contando sobre sua infância pobre e sobre como precisou lidar com cada uma de suas "crianças" internas; a sensação de não merecimento, a baixa autoestima, etc.
No final da palestra ela repetiu a palavra e foi corrigida pela plateia que não tinha entendido o que ela quis dizer; na verdade era "crenças" que estava querendo dizer, e não "crianças", confusão causada por ela não falar português muito bem.
No entanto, eu fiquei pensando que no final das contas, o que ela falou tem sentido. Quantas vezes nossas respostas a determinadas situações não são aquelas de uma criança birrenta, que chora quando não tem o que quer? que se revolta com a situação presente e quebra tudo, dá um soco na parede, derruba alguma coisa? E como é difícil controlar essa criança. Isso porque ela é a filhinha mais nova da zona de conforto. Ficar nesse papel de criança é muito cômodo, a criança pode se jogar no chão e reclamar sempre que algo sai fora do que ela esperava. E isso também não é uma crença? A crença de que as coisas sempre sairão conforme nossos planos? que nada dará errado? que as pessoas que queremos sempre vão nos querer?
Precisamos, portanto, lidar e acabar com cada uma dessas "crianças" internas, essas que nos seguram e ficam nos dizendo que temos direito a isso e a aquilo, que devemos nos indignar se as pessoas não correspondem às nossas expectativas. Em última instância, é a personificação do vitimismo, armadilha perigosíssima pra quem está em busca de mudanças e libertação.
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